sábado, 6 de setembro de 2014

Re-volta

Estou revoltada. Gostava de acabar o curso e poder dizer que vou trabalhar para o meu país, mas neste momento é a ultima coisa que me passa pela cabeça, porque eu não quero sobreviver, gostava de aproveitar a independência que um emprego me dá para VIVER.

Todos os dias sei de alguém que emigra, há uma mãe que tem de ver o filho partir para longe, sujeitar-se a vê-lo uma ou duas vezes por ano, há um melhor amigo a chorar porque não vai puder estar com alguém com quem passou os melhores anos da sua vida, há um irmão a conter as lágrimas e com medo do que pode acontecer num país desconhecido. O futuro de Portugal está a emigrar, a dar o seu melhor noutro país, e se isto não muda, não vai haver renovação de gerações, não vai haver inovação, vai sobrar saudade de um país que tem tudo para dar certo, e é isso que eu não entendo, temos praias, temos cidades lindas, temos campo, temos sol, temos neve, temos tudo num só sítio, e não temos nada. Só queria que este país tivesse tanto para oferecer como têm os jovens inovadores, criativos e trabalhadores que saem de cá para dar o seu melhor lá. E eu sei que é para termos o melhor, mas para termos o melhor no futuro temos de deixar o melhor do presente, temos de ir sozinhos, deixar a família, amigos, namorados, o aconchego de casa para no final do mês ter outro “melhor” na carteira. Quando o meu dia chegar, quero chorar muito, vou chorar muito, vai-me custar tanto, e eu odeio despedidas mas quero ir e, apesar de tudo, continuar a pensar que o melhor vai estar cá e que vou voltar sempre para o meu lugar e para a minha gente, mesmo que o meu país não mereça. Senhor próximo ministro e presidente da Republica, espero encarecidamente que se ponham no nosso lugar e pensem nas gerações futuras porque estou a ver Portugal a morrer, e era uma pena se tal acontecesse porque nesse caso também deixa de haver presidentes, ministros e banqueiros para se pavonearem nos seus Porches.

Ana

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